domingo, 11 de julho de 2010

Primeira protagonista

| | Bla bla bla






Os olhos de Ísis Valverde ficam marejados quando fala sobre a ansiedade pela estreia de Ti-Ti-Ti. Prestes a aparecer no ar na pele da sofrida Marcela, mocinha do folhetim, a atriz garante que nunca se envolveu tanto com um trabalho. E jura que, por se tratar de uma personagem inconstante e cheia de emoções distintas, anota as características de determinadas cenas em um caderninho para consultar quando achar necessário. A cada hora ela pode agir de forma diferente e eu venho de personagens tipológicos. Fiz a ingênua em Sinhá Moça, a prostituta em Paraíso Tropical, a burra em Beleza Pura e a romântica em Caminho das Índias, analisa.

No remake de Maria Adelaide Amaral, Marcela é uma jovem mineira apaixonada pelo namorado Renato, de Guilherme Winter. O rapaz é um ricaço que esconde sua situação financeira com a intenção de afastar golpistas. E justamente no dia em que ele vai contar a verdade para ela, descobre que a moça está grávida e acha que foi enganado. Desiludida, a jovem parte em viagem para São Paulo com o amigo gay Osmar, de Gustavo Leão. Mas um acidente de carro termina com a morte dele e uma mudança brusca na vida de Marcela. Ela passa a viver na capital paulista, fingindo ser a namorada do amigo morto para a mãe dele. Depois, ela acaba se envolvendo com o Edgar, irmão do Osmar, adianta Ísis, referindo-se ao personagem de Caio Castro.

Ísis não sentiu necessidade de procurar imagens ou vídeos da primeira versão de Ti-Ti-Ti. Primeiro, porque sabe que a ideia não é copiar a obra de Cassiano Gabus Mendes. E também porque seu personagem saiu de outro folhetim, Plumas e Paetês, do mesmo autor. Na primeira versão, exibida em 1980, a mocinha foi interpretada por Elizabeth Savalla. Fazer remake não é uma novidade para mim. Acho que o importante é ler a história, entender e encarar como algo atual, porque o tempo é outro. Se fosse uma história de época, eu faria diferente. Mas é contemporânea, atesta ela, que estreou na segunda versão de Sinhá Moça, como a sonhadora Ana do Véu, atualmente em reprise no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo.

Para encarnar Marcela, Ísis precisou fazer um aplique nos cabelos cortados na época em que fez Caminho das Índias, interpretando a apaixonada Camila. Além disso, os fios foram escurecidos e sua pele ficou longe do sol por um bom tempo. Como faço uma mineira, não dava para ficar pegando praia e ir gravar, brinca ela, que também nasceu em Belo Horizonte, mas foi criada em Aiuruoca, no interior de Minas Gerais. Por isso mesmo, se adaptou rapidamente ao sotaque da personagem. Estou em casa. Sai naturalmente, brinca.

Aos 23 anos e com quatro de carreira na tevê, Ísis se orgulha de sua trajetória profissional. Só lamenta não ter tempo para cursar Cinema ou Filosofia, já que vem trabalhando sem parar desde os 18 anos. Eu olhava algumas amigas e batia aquela vontade de sair com a mochilinha nas costas e ir para a facul, conta, usando a gíria jovem. Para suprir essa necessidade, a atriz é adepta de aulas particulares de Filosofia. Às vezes, garante, chega a dedicar cinco horas do seu dia à prática. Não gosto de ser vista como aluna aplicada. O que eu sou é curiosa, entrega, com jeito sapeca.

Estreia misteriosa

Ísis Valverde teve um começo atípico na televisão. Escalada para viver a doce Ana do Véu no remake de Sinhá Moça a atriz precisou ficar reclusa até que sua personagem mostrasse o rosto no ar. Saía toda coberta, com boné e óculos. Até quando ia para a academia. Vivia uma prisão, mas valeu a pena, lembra. Mas tanto empenho não foi suficiente para esconder seu rosto até a data planejada. Um jornal conseguiu fotografá-la na janela de sua casa, no décimo segundo andar de um prédio em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Alugaram um apartamento em frente para poder fazer aquele clique, recorda, ainda impressionada com assédio.

Depois de quatro anos de carreira, Ísis se sente mais preparada para encarnar o posto de protagonista. E se diverte ao ver suas primeiras cenas na tevê, na reprise de Sinhá Moça. Me acho um bebê ali. Não tinha tanta técnica como tenho hoje. Mas acho que isso acabou se transformando em uma vantagem. Penso que aquela espontaneidade fez a diferença, avalia.

Instantâneas

# O primeiro teste que Ísis Valverde fez na tevê foi para a novela "Belíssima". Na época, disputava o papel que acabou nas mãos de Paola Oliveira.

# Ísis começou a trabalhar aos 16 anos como modelo. Chegou a tentar morar em São Paulo, onde o mercado publicitário é mais aquecido, mas não gostou da experiência e ficou na cidade apenas uma semana.

# A atriz tem uma tatuagem na nuca onde está escrito em latim "Dominus Pascit Me", que significa "O Senhor é meu pastor".

# Na época em que interpretava a espevitada Rakelli, Ísis namorou seu companheiro de cena, o ator Marcelo Farias.

--
Participe deste blog. Mande dicas e sugestões pelo email adm@chakalat.net

Seja um seguidor deste blog

0 comentários: